MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL

Detalhes - Dissertação do PROFMAT


Aluno: JOSE GUTEMBERGUE LIMA RODRIGUES

UnB - Universidade de Brasília - Brasília - DF

Dissertação

Título
Por que alunos do ensino médio apresentam baixo desempenho em Geometria Plana?
Resumo
Minha experiência como professor de matemática da educação básica tem mostrado que a maioria dos alunos tem grandes dificuldades no aprendizado da geometria plana e completo desconhecimento das demonstrações dos teoremas. Para a maioria deles, tudo não passa de um conjunto de fórmulas e aplicações. Sempre me questionei acerca dos motivos que explicariam o porquê de eles saberem muito pouco de geometria e, por isso, resolvi investigar esse problema neste trabalho, tentando responder à seguinte pergunta: Por que alunos do ensino médio apresentam baixo desempenho em geometria plana? Para isso, iniciou-se com uma análise documental, estudando legislações, publicações, artigos e revistas especializadas. Fez-se um resgate histórico, a partir de 1940, e “caminhou-se” pelo Movimento da Matemática Moderna (MMM), principal responsável pelo escanteamento da geometria plana do meio escolar, amplificado pelo tecnicismo da década de 1970 e pela Lei de Diretrizes e Bases de 1971. A análise história passa pela década de 1980, após o regime militar, quando começam a ocorrer congressos, encontros e grupos de estudo voltados para a educação matemática e que provocam o reinício da “presença” da geometria plana na educação básica (na época 1º e 2º graus). Avança-se para a década seguinte, com destaque para a Constituição Federal de 1988 (Estado-Educador), que permitiu a criação de Leis, Decretos e Portarias, que estimularam políticas nacionais e uniformizaram a educação no país, e para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, que coloca o ensino médio como educação básica e, mais recentemente, em 2013, inclui também a pré-escola. Exploram-se também as contribuições para o estudo oriundas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, do Plano Nacional da Educação (PNE), dos indicadores associados às avaliações de larga escala, do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Para concluir esse passeio histórico, faz-se uma análise do documento denominado Currículo em Movimento, de 2014, da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF). Com todo esse aparato a favor da educação, continua sem justificativa adequada o baixo desempenho de nossos estudantes em geometria. Para aprofundar a questão, decidiu-se ir a campo, aplicando questionários a alunos e professores de sete turmas do 3º ano do ensino médio de três escolas públicas do Distrito Federal – uma no plano piloto e duas no Guará. A maior surpresa relativa aos resultados está na ausência do ensino de geometria plana, em parte, no ensino fundamental, e quase que por completo no ensino médio. As razões incluem falta de espaço na grade horária, pois atualmente há apenas três aulas semanais de matemática para o ensino médio. Outros pontos revelados na pesquisa foram: a ausência de demonstração dos teoremas básicos de geometria plana tanto nos livros didáticos quanto pelos professores; a reivindicação dos professores por mais aulas; as reivindicações dos alunos por aulas práticas, dinâmicas, com exemplos do dia a dia (contextualização e aplicações no cotidiano) e com mais exercícios. Um fator observado foi que, em 2016, 76% dos alunos farão ENEM e apenas 43% farão o PAS.
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